O processo de emagrecimento não depende apenas da dieta e dos exercícios físicos. Outros fatores determinantes fazem parte do organismo e da genética de cada pessoa, além dos hábitos e do estilo de vida. Entre as particularidades orgânicas que influenciam a perda ou o ganho de peso e massa muscular, está o metabolismo de repouso.
Especialistas explicam que o metabolismo de repouso e o metabolismo basal podem ser compreendidos como a mesma coisa. A diferença é mínima e relevante apenas em casos clínicos mais graves. O basal compreende a quantidade de calorias gastas com as atividades inerentes ao organismo, como a manutenção da temperatura do corpo, as atividades metabólicas e a atividade cerebral. Ao de repouso, acrescentamos atividades de movimento básico. São pequenas diferenças conceituais: o basal é aquele no qual o corpo está imóvel, e o de repouso, o que você se movimenta normalmente, mesmo sem atividades físicas, completam.
Considerando a definição que une as duas formas de metabolismo, é possível calcular uma taxa que mostra o gasto calórico do organismo em sua rotina “normal”, sem exercícios físicos, por exemplo. Essa taxa é influenciada por diversos fatores, entre eles, peso, altura, superfície corporal, idade, sexo, constituição corporal (quantidade de massa magra e gorda), além, é claro, do tipo de alimentação de cada pessoa.
No momento de determinar o tratamento a que o paciente será submetido, é importante levar em consideração particularidades do organismo. As pessoas que têm muita dificuldade de perder peso pelos métodos tradicionais podem ter algum tipo de desequilíbrio na taxa de metabolismo basal, sendo necessário o uso de medicamentos. Alguns medicamentos são vistos como vilões devido ao mau uso, mas que, quando receitados pelo médico, podem ser benéficos para a saúde do paciente. Cafeína, chá verde e sibutramina são algumas substâncias que auxiliam no aumento da taxa basal. No entanto, quando são usadas com irresponsabilidade e em excesso, pioram a situação. O organismo se acostuma e, quando não há a ingestão do estimulante, a taxa basal cai vertiginosamente, facilitando o ganho de peso.
O acompanhamento médico é importante, pois tentar controlar a própria taxa de repouso pode ser confuso. A taxa metabólica basal depende dos hormônios, da oferta, da disposição de alimento. Quanto maior a alimentação, maior a taxa. Quando o organismo nota que tem grande oferta de alimento, sente-se mais à vontade para gastar e consome mais, explicam os especialistas. Mas, então, surge a dúvida: se uma maior alimentação aumenta a taxa, por que engordamos? A resposta é simples, por mais que a taxa aumente, a quantidade de calorias ingerida acaba sendo maior.
Quanto à atividade física, eles acrescentam: A atividade física contínua e programada, sem excessos, aumenta essa taxa. No entanto, quando há excessos, o corpo vê aquilo como uma situação de risco e diminui a taxa de metabolismo basal, pois entende que precisa guardar o restante de caloria.
No exemplo de um especialista, ele monta a dieta de seus pacientes com base, inicialmente, na taxa de metabolismo de repouso. A medição é feita por meio da bioimpedância, que leva em consideração fatores como a água do corpo, a massa muscular, magra e gorda, além de sexo, idade e altura. “A medição é o primeiro passo na hora de montar uma dieta, que é calculada a partir da taxa e definida de acordo com o objetivo”, explica.
O segundo passo é entender como o alimento se comporta em cada organismo, dividindo a dieta em carboidratos, proteínas e gorduras. A proteína tem o maior poder de aumentar a taxa de metabolismo basal, seguida da gordura e, por último, do carboidrato. Essa divisão depende muito de cada pessoa, o que mais uma vez comprova a importância do acompanhamento médico. “A massa muscular define a quantia de energia que você gasta em repouso. Quanto mais massa muscular, maior o metabolismo de repouso. Mas isso tem que ser verificado por um profissional”, ressaltam os estudiosos.
Por isso é muito importante saber o que esta fazendo, estar sendo monitorado por profissionais adequados, capacitados, devidamente certificados, para que todo o processo seja planejado e orientado a fim de alcançar seus objetivos priorizando sua segurança e saúde.