Jorginho adotou um discurso equilibrado ao analisar a derrota da Ponte Preta por 2 a 0 para o Coritiba, na estreia da Série B do Campeonato Brasileiro. Para o técnico, a atuação no primeiro tempo foi determinante para o resultado final e o desempenho na etapa final deixa um alento para os próximos jogos.
– Tivemos dois tempos distintos. No primeiro tempo, o Coritiba mereceu, poderia ter ampliado o placar. Estávamos bem até o pênalti. E aí preciso entrar no mérito da arbitragem, são seres humanos como eu, mas foram dois pesos e duas medidas. Ele precisa colocar a mão para trás, não é futebol isso, e tem a interpretação do árbitro. Quero acreditar que foi só um erro, mas tiveram dois pênaltis assim e só um foi marcado, contra nós. A partir daí sim, o Coritiba merecia ampliar o placar. No segundo tempo, fomos bem, tivemos muitas oportunidades, mas não fomos tão eficientes. A gente tem muita coisa pela frente, uma equipe boa, competitiva.
Ele ainda apoiou o atacante Thalles, que perdeu um pênalti na metade do segundo tempo, e também pediu um voto de confiança da torcida da Macaca para a sequência da competição.
– Não é uma conversa só com ele (Thalles), mas com toda equipe. O Thalles tem personalidade, a decisão de querer bater, é personalidade. Perder um pênalti já aconteceu com muitos outros jogadores. Ele tem que estar ciente que vamos conversar, pensar até em uma situação para preservar. Nós não usamos o Thalles como deveria, como um pivô, eles dificultaram muito o trabalho dele. Ele sentiu muito, as substituições que fizemos foi para dar mais ofensividade para a equipe. Apesar da derrota, a gente vê pontos positivos, o Diego foi um jogador bastante agudo. É muito importante o torcedor entender que Série B são jogos difíceis, precisamos muito do apoio do nosso torcedor. A gente continua muito acreditando no Thalles e no potencial que ele tem.
Rodrigão fez os dois gols do Coxa contra a Ponte — Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Ao projetar o duelo contra o Criciúma, quinta-feira, às 21h, no Majestoso, Jorginho destacou a importância de ter casa cheia, como aconteceu no Couto Pereira nesta segunda, quando aproximadamente 31 mil torcedores foram prestar a última homenagem ao ídolo Dirceu Krüger, que faleceu na semana passada. Apesar das circunstâncias diferentes, o técnico espera que os alvinegros marquem presença para incentivar a Ponte.
– O Coritiba teve uma situação lamentável, a perda do maior ídolo de sua história. Isso foi uma comoção, que foi, inclusive, favorável. Tudo isso movimentou muito e eles foram felizes com essa questão de facilitar os ingressos. A gente precisa muito do nosso torcedor, sabemos o quanto será difícil, precisamos nos sentir abraçados. A nossa equipe é a equipe do segundo tempo, a postura, organização tática, vontade, entrega, essa é a Ponte Preta. Como tivemos problemas no ano passado, em que não tínhamos o torcedor por conta uma punição, agora nós temos, e precisamos contar com o nosso torcedor. Vai ser pedreira o tempo todo, precisamos mostrar a força em casa ao lado do nosso torcedor.
Veja outras declarações de Jorginho:
Desempenho no primeiro tempo
– Nós erramos sempre por dentro, quando as coisas estão difíceis, a gente atrai por dentro para terminar por fora, mas estava difícil, eles estavam muito bem fechados. Tomamos vários contra-ataques nessa situação, uma bola muito forte com os homens de lado. Foram erros demasiados da nossa equipe, principalmente na parte defensiva, é um ponto forte nosso, mas hoje deu tudo errado no primeiro tempo.
Novas regras de arbitragem
– Muito confusa, não tenha dúvida que o que mais a Fifa deseja são gols, a possibilidade de ter mais gols na partida é muito maior. Eu, como ex-defensor, falo isso para os jogadores: você se sente inibido dentro da área, não pode mais abrir os braços. O braço é um equilíbrio muito grande, facilita para o atacante. Nosso pênalti foi marcado pelo bandeira, e a mesma situação ele não viu, em que o jogador do Coritiba colocou a mão na bola. Ele não teve intenção, mas foi pênalti. Quero sempre acreditar que não há maldade do ser humano, mas sim erro. Eu desaprovo completamente essa nova regra.
Ausências de Giovanni, Tiago Real e Edson
– O Giovanni teve uma virose, infelizmente ele não pôde vir. Não divulgamos antes para despistar, porque poderia até ser titular. A questão do Tiago Real é que nós estamos com essa situação de trazer 20 ou 21 jogadores nos jogos, e precisávamos ter velocidade. A entrada do Nathan não teve nenhuma preocupação, já substituiu o Edson à altura, não foi comprometedor em nada, foi uma atuação segura. Claro que poderíamos ter tido uma atuação melhor de construção a partir da nossa defesa, mas teremos tempo de trabalhar isso. São mais sete jogos e aí uma pausa para ajustar. Com informações do G1.