Jorge Luis Lepinsk, tem 49 anos, é nascido em Indaiatuba. É um dos políticos mais conhecidos do município. Esteve a frente da Secretaria de habitação, é responsável por importantes projetos, voltados principalmente para as camadas mais populares da população. Na Câmara é tido um dos vereadores mais atuantes. “Pepo” como é chamado, recebeu o Z1 Portal para uma entrevista na qual falou francamente sobre sua vida e carreira política.
Confira a baixo:
P. Quais são os motivos que fizeram o senhor ser contra a Comissão Parlamentar De Inquérito (CPI) para investigar a situação da saúde em Indaiatuba?
R. Qual CPI da Saúde? De todas as sessões que participei nunca houve na pauta o assunto CPI da Saúde, quando eu voltei o que teve foi um movimento político e partidário na Câmara Municipal de pré-candidatos da oposição com cartazes. Esse assunto CPI da Saúde veio depois das mortes das crianças, no meu entendimento se houve negligência ou erro médico, existe o CRM ( Conselho Regional de Medicina ) para apurar os fatos e punir o profissional julgando os casos que ferem o Código de Ética Médica, podendo suspender ou mesmo cassar a licença para atuar caso seja culpado. Para a saúde temos que dar estrutura votando recursos e fiscalizando se este recurso está sendo bem utilizado, agora se um profissional erra ou não erra a parte administrativa do hospital tem seus meios para resolver. O pedido de CPI é totalmente político basta ver quem pede tanto, mesmo assim fico muito triste quando vejo e ouço comentários dizendo que votei contra a CPI da Saúde, um projeto que se quer entrou em pauta para votação.
P. O seu voto foi favorável ao subsídio dado a empresa SOU, responsável pelo transporte coletivo no município. O senhor não votou duas vezes contra o desejo do cidadão?
R. Acredito que todo serviço público não pode parar, muitas cidades como São Paulo, Campinas, Belo Horizonte entre outras repassam esse subsidio para a empresa, seria fácil votar contra mas meu voto foi para a passagem não subir e para a empresa não parar, se caso votássemos contra e a empresa parasse, seríamos crucificados e responsabilizados por largar a população que usa o transporte público a pé, pois são as pessoas mais necessitadas, e pensando nelas meu voto foi favorável, confesso que foi uma votação difícil, estava baixo pra carpir e alto pra roçar, do dia seguinte vi muitos empresários que não usam o transporte público criticando a votação, o pior seria se milhares de pessoas ficassem no ponto esperando para ir ao trabalho e o coletivo não passasse, não tínhamos escolha ou era votar a favor e dar o subsidio ou contra para ver a população a pé, porque ia parar.
É bom lembrar que a empresa presta um serviço público e recebe por isso, temos que fiscalizar e cobrar um bom serviço.
“A minha gestão na Habitação foi marcada por muito trabalho e com muitas realizações, coisas para o presente e também para o futuro…”
P. Quando se trata de temas importantes para Indaiatuba, o senhor acredita que a oposição tumultua, mesmo sendo composta por poucos parlamentares?
R. O que precisa acabar é essa coisa de situação e oposição não entrarem em acordo em prol do povo, se o projeto é bom para a cidade e bom para a população, tem que ser aprovado. Temos que estar juntos para resolver problemas da cidade e esquecer partido, se não for assim quem perde é o cidadão. A responsabilidade da situação é muito maior que dá oposição, temos a maioria, a decisão é sempre nossa, e nem todos os projetos agradam a todos, ma são necessários. Me lembro da votação do plano diretor e na ocasião teve vereador que votou contra, e o Campo Bonito existe porque a maioria aprovou .
P. Em certas ocasiões o senhor afirmou que a mídia Indaiatuba é parcial. O senhor não concorda que a liberdade de imprensa é um dos pilares mais importantes da democracia?
R. A imprensa é um pilar para a democracia, porém, existem sim, sites, portais e jornais que são partidários, que distorcem notícias, não levam a verdade não apuram os fatos e acontecimentos da administração.
P. O senhor é um dos políticos mais populares da cidade, em tempos de redes sociais, continua sendo importante ir onde o povo está?
R. O meu trabalho é 100% voltado a população, as redes sociais são importantes e estou antenado também, mas o olho no olho e o corpo a corpo são relevantes sem dúvidas! O problema é que muitos não podem fazer como eu, pois não tem intimidade com o povo como eu tenho, e essa relação foi construída ao longo dos anos através de muito trabalho e dedicação junto aos munícipes.
P. O senhor foi condenado há dez anos de prisão, após denúncia do Ministério Público de São Paulo. A acusação foi de estelionato. Em sua defesa o senhor alega perseguição política. Não é uma saída fácil alegar perseguição?
R. Eu sou muito aberto para falar desse processo fantasioso, mas a minha defesa é muito simples, objetiva e verdadeira! Indaiatuba inteira sabe que eu nunca trabalhei em outro setor na prefeitura que não fosse na Secretaria da Habitação, onde consegui ao longo dos anos resultados impressionantes que vem de encontro com a nossa população. Resumindo, o Ministério Público me envolveu mesmo tendo a certeza que eu não tive o contato com esse bendito cheque. Não há provas nenhuma no processo, pelo contrário, tem assumidamente no processo a funcionária que entregou o cheque de uma forma irregular; também tem a pessoa que o retirou o cheque na prefeitura, que responde a vários processos criminais, inclusive estelionato; e uma conta bancária no qual o cheque foi depositado. Me causou estranheza que quem entregou o cheque burlando o procedimento administrativo, virou testemunha da promotoria; e o proprietário do posto de gasolina que descontou o cheque em conta também virou testemunha da promotoria, lembrando que tanto o proprietário quanto sua filha declararam nas audiências que eu nunca pedi para descontar cheque algum, inclusive que nem me conheciam. O abuso de autoridade e arbitrariedade foi tanto, que o MP denunciou como autor uma pessoa que supostamente estaria comigo nesta transação, sendo provado no momento oportuno que este outro réu estava nos Estados Unidos e mesmo assim insistiram nas acusações… Um processo covarde e abusivo, não tem uma prova nos autos que demonstre minha participação neste ato. Me apego em um ditado “Se você não quer ser perseguido eis a solução, não faça nada, não fale nada, não trabalhe, não seja nada”. Acredito na justiça, pois em outras instâncias não julgarão o vereador Pepo e sim o mérito da ação.
P. Como secretário de Habitação, qual foi o legado deixado pela sua gestão na pasta?
R. A minha gestão na Habitação foi marcada por muito trabalho e com muitas realizações, coisas para o presente e também para o futuro, a vila dos idosos que já está em obras foi viabilizada na minha gestão, quase 3 mil unidades já em andamento que também teve toda sua concretização no meu período, a compra de um terreno de 265 mil metros para projetos habitacionais nos dá a garantia que a cidade poderá viabilizar projetos para atender famílias que tem um poder aquisitivo menor e não dispõe de condições financeiras para dar entrada ou financiar um imóvel, alguns bairros em parcerias com a iniciativa privada já entregues também ajudaram muito a diminuir o déficit habitacional da nossa cidade, sem contar os programas existente de regularizações que beneficiou centenas de famílias. Fizemos entregas de plantas e habite-se sem custo para os proprietários de um único imóvel que passaram por uma avaliação social, chegamos regularizar 100% de um bairro (Veredas da Conquista) entregando o termo de quitação, depois disso cada morador já pode ter a sua escritura por um valor social no cartório, isenção de ITBI para regularização de imóveis em parceria com a prefeitura, lei essa que tive a honra de ajudar a elaborar quando eu estava no executivo e depois votar favorável na minha volta a Câmara Municipal. Contra fatos e números não à argumentos, tenho resultados positivos na Habitação porque trabalhei muito, e mudar para melhor a vida das pessoas não tem preço.
P. Cresce o descontentamento da sociedade com a política: corrupção, nepotismo, abuso de poder, entre outros fatores. Na sua percepção, isso não afasta o cidadão de bem do debate político?
R. Na verdade o cidadão de bem tem que acompanhar o que o político está fazendo, se está realizando algo ou só fazendo marketing nas redes sociais e enviando mensagens. Esse descontentamento tem culpa sim, de muitos políticos, que fazem campanha durante o mandato e nada produzem.
Mais também sinto que a população fala mais de política nos dias de hoje, do que no passado, não sinto que o cidadão de bem estão se afastando e sim cobrando mais.
P. Em que momento a política cruzou o caminho do cidadão Jorge Lepinsk?
R. No início dos anos 2000, onde tudo começou, eu sempre participei nos bastidores, através de uma popularidade adquirida trabalhando na prefeitura, fui convidado a ser candidato e tive a felicidade de ter uma votação expressiva na minha primeira candidatura, senti que foi um reconhecimento da população, e esse foi um dos motivos que trabalhei muito, pois eu tinha que fazer jus aos votos que recebi e não poderia decepcionar quem confiou seu voto em mim. Graças a DEUS tenho o que mostrar e não é pouca coisa.
P. O senhor apoia o prefeito Nilson Gaspar e é constantemente visto com o ex-prefeito Reinaldo Nogueira. Essa aproximação, principalmente com Nogueira, aumenta sua visibilidade política?
R. Apoio com muito orgulho sim o Nilson Gaspar, participei do Governo como Secretário e continuo apoiando na Câmara. É um governo comprometido com a nossa população, principalmente nesse momento tão complicado que todo o nosso país passa atualmente. Reinaldo dispensa comentários foi um fenômeno como prefeito e colocou Indaiatuba no mapa, mudou a nossa cidade governando com muito arrojo e dedicação, existe duas Indaiatuba uma antes e uma depois dele. Perto do Reinaldo não só aumenta a visibilidade política como sempre estou aprendendo e ouvindo conselhos. Tenho ele como meu espelho pois gosta de gente, gosta de fazer as coisas acontecer, é muito corajoso e inovador. O povo ama o Reinaldo e tenho a felicidade de ter ele como um amigo.
P. O senhor vai tentar mais mandato em novembro?
R. Sou pré-candidato sem sombras de dúvidas. É uma pré candidatura, que levará na campanha coisas concretas que realizei, não é promessa e sim fato, pois sei o caminho!
P. Por que o vereador Pepo é merecedor da confiança dos indaiatubanos? De tudo o que foi prometido na eleição passada, o que foi cumprido?
R. Prometi trabalhar e não fiz diferente, estou cumprindo meu papel com muita honra, sou merecedor porque realizei coisas interessantes que facilita e ajuda nossos munícipes, mais ainda tenho planos e projetos maravilhosos para a nossa gente. Todos os dias estou buscando mais e mais, sou muito ativo e gosto de ver as coisas saírem do papel, meu mandato teve a participação dos meus eleitores, conseguimos aprovar muitas ideias recebidas deles.
P. Há muito tempo que o samba está presente na sua vida. O senhor é filho de Bernadete Lepinsk, fundadora e por anos presidente da então escola de samba Águia Negras. Na sua biografia consta a presidência da escola de samba Sereno, e o famoso grupo de samba Assaí, além de acompanhar nomes importantes do mundo da música, como Almir Guineto. Que recordações esse tempo lhe trás.
R. Recordações maravilhosas, aprendi dentro de casa essa cultura e minha mãe teve um papel importantíssimo. O grupo Assaí marcou história e me sinto realizado na música por tudo que vivi e como presidente do Sereno foram muitas vitórias e pouquíssimas derrotas.
